Portugal: primeiras impressões

A vida de uma pessoa normal é baseada em comparações. Algumas vezes, a comparação do que tínhamos antes com o que temos agora, do que costumávamos ser e de como somos. Das escolhas que fizemos e como tudo seria diferente se seguíssemos por outro lado. De uma forma absolutamente normal, foi assim que aconteceu quando cheguei a Portugal. 

O avião aterrizou às 7h30 da manhã de uma quinta-feira de agosto. Era verão, o mês mais quente do ano na Europa inteira, mas as temperaturas em Lisboa nas primeiras horas da manhã me assustaram. Saí do avião e tive de vestir um casado leve, que aqui, seria considerado um casaco de primavera. Eu vinha do Rio de Janeiro, pleno inverno. Antes de embarcar, a temperatura no Rio estava mais alta do que em Lisboa quando cheguei. Foi o primeiro choque, inverno e verão, pensei "vai lá, você vai se acostumar!". 

Saí do aeroporto e peguei um táxi. Era um senhor que aparentava ter uns 70 e poucos anos, trabalhando tão cedo. Disse a ele o endereço do Hostel o qual eu tinha reserva. O endereço era desconhecido pelo taxista e a minha surpresa foi enorme quando ele encostou o carro numa rua próxima (recém-chegada do Rio, minhas mãos gelaram), e retirou de dentro do porta-luvas um livro com uma espécie de mapa. Sim, eram as 'páginas amarelas' com um mapa de Lisboa. O homem verificou o livro, saiu do carro e procurou se informar com algumas pessoas que passavam por ali como chegar no endereço certo. Essa foi a minha primeira grande impressão, os portugueses são extremamente prestativos. Não se contentam apenas em responder uma pergunta, eles irão garantir que você encontre a informação, que chegue ao seu destino. Solidariedade e respeito. 

Ao chegar no Hostel, dei de cara com uma porta fechada. Toquei a campainha e alguns minutos depois, abriu a porta um jovem, descabelado, descalço - vestia apenas umas meias - com uma cara de poucos amigos por ter sido acordado. Informei que tinha acabado de chegar do Brasil com as minhas (quatro exageradas) malas e que precisava entrar e descansar. Adivinhem só? Ele apenas respondeu que o check-in era às 14h (seis horas depois?!?!) e que o máximo que poderia fazer era guardar as malas na recepção. 

 

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