A Síndrome da Amélie

 Recentemente diagnostiquei em mim a síndrome da Amélie Poulain. Para quem nunca viu o filme, vou deixar o resumo da Wikipédia e uma análise baseada num spoiler. Ainda dá tempo de parar de ler...

Amélie é uma jovem do interior que se muda para Paris e logo começa a trabalhar em um café. Num belo dia, ela encontra uma caixinha dentro de seu apartamento e decide procurar o dono. A partir daí, sua perspectiva de vida muda radicalmente.

Essa mudança de perspectiva da personagem nada mais é do que tentar, ainda que de forma indesejada e não convidada, ajudar pessoas do seu convívio com assuntos que ela julga serem importantes, corretos e convenientes. E ela consegue, na maioria das vezes. E as histórias são tocantes e em sua maioria, conseguem ter um desenvolvimento a partir da interferência da Amélie. No entanto, a vida da Amélie é um verdadeiro desastre ocioso. 

Ela é covarde. Como todos nós somos. Prefere focar as energias em resolver os problemas dos outros do que enfrentar os seus próprios problemas. Como a maioria de nós. E foge dos confrontos, faz jogos, enquanto se apaixona perdidamente. Ela só toma o controle da sua vida no final. Vida amorosa, especificamente. Não há mais espaços para confrontes e mudanças, em resumo, ela é uma moça feliz. 

A Síndrome da Amélie nada mais é do que uma dedicação intensa de tempo e energia, de qualquer forma, para ajudar as pessoas a resolverem os seus problemas ou a simplesmente lidar com os mesmos, sem, necessariamente, ter de lidar com as suas próprias questões, confrontos e problemas. Sim, esta sou eu, hoje, nesta madrugada de quinta-feira. Sem mais a acrescentar. 

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